06 dezembro 2010

Um outro nós. FINAL.

Annie vira outro Martin entrando em seu quarto, estava com um sorriso largo, os olhos brilhavam, e contagiava com sua alegria.
- Annie! – Chegou ao seu quarto quase gritando, se jogou na cama, deitou-se no colo de Annie, soltou um suspiro de alívio, e fechou seus olhos. – Ah Annie, tudo vai melhorar, tudo!
- Martin, tenho de admitir estou muito orgulhosa de você, e estou lisonjeada por tê-lo como amigo. – Annie soltou um sorriso, mas Martin pôde ver que ela na estava muito bem, e logo ficou sério.
- Então, vamos falar de você? – Martin tinha um jeito acolhedor, e Annie se sentia confortável em dividir seus problemas com ele.
- De mim? - Annie assentiu com estranheza, tentando disfarçar.
- Como tem ido com Jordan? Ou com Brenna? – Martin falou pensativo, fazendo uma careta.
- Não sei Martin, eu não entendo. Sinto essas coisas por Jordan, mas preferia estar com Brenna a estar com Jordan, entende? – Annie pensara que Martin nunca entenderia, mas ele assentiu com a cabeça, mostrando entender o que ela dissera, esperando ouvir mais. – Estou ficando louca.
- Não, você está em dúvida, estou aqui para tirar sua dúvida. – Martin não escondera sua felicidade, e faz uma cara de malvado, o que faz Annie rir. – O primeiro rapaz que eu fiquei, eu não esqueço até hoje, é impossível, é o primeiro, sabe? Mas eu não ficaria novamente. É um fato, primeira vez nunca se esquece, mas você não gosta de Jordan, gosta da Brenna, eu vejo isso quando vocês duas estão juntas, o brilhinho no olhar das duas! – Martin faz uma careta, Annie solta um sorriso sem jeito, e levanta-se pensativa e se olha no espelho, prende seus cabelos castanhos claros, o que mostra mais seu rosto de forma delicada, seus olhos verdes estavam mais brilhantes por causa do sol, anda para a janela, viu Jordan passando, com outra garota, fez uma careta para Martin, que se levanta e vai à janela para ver, mas Martin aponta para o outro lado, e lá estava Brenna, encostada num poste, estava séria, olhando para Jordan passar, Annie sentiu um gelo por dentro, fazendo-a congelar ali, Brenna olha para a janela onde estavam os dois, e contrai os lábios, Annie não pensou em mais nada, apenas viu-se correndo pela porta, em direção a ela, não esperou ela falar nada, chegou e lhe deu um beijo nos seus lábios gelados e molhados, sentira o frio dentro de si, e sabia que era aquilo que queria, que nada podia mudar aquilo.
Seu pai e sua mãe que estavam no quintal mexendo no jardim, ficaram paralisados ao ver a cena, Marie se vira para Paul, eufórica.
- Não vai fazer nada? – Paul solta um sorriso no canto dos lábios, levanta as sobrancelhas.
- Acho que vamos ter problemas daqui em diante. – E solta um riso.
- Como você consegue rir da situação? Nossa filha está beijando outra menina!
- Você quer que eu faça o que? – Paul deu de ombros, Marie estava aflita, olhando para ele.
- Não sei, tire ela de lá, coloque ela de castigo, faça alguma coisa.
- Única coisa que posso fazer, é defender minha filha sobre os comentários dos outros, mudar o que ela é, eu não posso, você pode? – Marie ficou pensativa.
- Não, mas isso não pode ser assim.
- O problema na qual eu estava falando, são os outros, e não nossa filha. – Paul solta um sorriso para Marie, e lhe dá um beijo na testa. – Annie sabe o que faz, você bem sabe disso. – Marie assentiu com a cabeça, e olhou para Annie com a garota. – Dá para ver que Annie gosta da garota, olhe. – Paul solta um riso, Marie lhe dá um tapa, e ri também, e continuam no jardim.
Jordan parou de repente, e ficou imóvel olhando para trás. Gracy a olha, confusa.
- Esqueceu alguma coisa Jordan? – Jordan se vira para ela, som um sorriso nos lábios, um sorriso que Gracy nunca vira além daquele no canto dos lábios.
- Não. – Jordan olha para trás de novo, e Gracy viu o casal de meninas se beijando, e reconheceu Annie.
- Aquela não é Annie? – Pergunta com desprezo.
- Sim, e aquela é Brenna. – Jordan estava orgulhosa das duas.
- Nossa. – Gracy continuava com desprezo. – Vamos, ande. – E as duas se colocam a andar novamente.
Annie para de beijá-la, e Brenna solta um sorriso, e a abraça, Annie não se importava com o que estavam pensando, ela estava feliz, queria ficar ao lado de Brenna, por mais dificuldades que iriam passar, era isso que queriam. E foi como Martin falou mais cedo, tudo melhorou.

04 dezembro 2010

Um outro nós. 9º Capítulo

- Vá para casa Annie. – Não queria que sua amiga mais próxima o visse com mais raiva do que já estava, Annie já estava assustada de mais com ele daquele jeito, e a tendência era só piorar. Esperou com que Annie começasse a andar, e então olhou para Carl com raiva, tirou suas chaves do bolso, e Carl soltara um sorriso no canto da boca, o que deixara Martin mais irritado ainda, se pôs a andar para a porta, e ficou furioso ao ver que a chave não encaixava, deu uns passos para trás, até que pudesse ver seu pai, Carl estava zombeteiro, o que alimentava mais a raiva de Martin.
- Trocou de fechadura pai? – Pergunta irônico, sabia que uma porta não estragaria o seu prazer de socar aquele velho. Carl soltara um riso irônico.
- Essa casa é minha. – Martin sentiu sua raiva crescendo dentro de si.
- Sua? – Ficou espantado com a colocação do pai, não via a hora de estar cara a cara com ele, contraiu os lábios, e olhou para a porta, não estava mais sendo movido por si, estava sendo movido pela raiva que seu pai alimentara durante anos. Estava à frente da porta, e deu dois chutes, até ela bater contra a parede, jogou sua mochila no canto, e não se importou em fechar a porta, até por que quebrara a madeira ao arrombá-la. Escutou seu pai descendo as escadas, e o esperou com as mãos no bolso, se segurando para não quebrar alguma coisa, queria guardar todo aquele sentimento para seu pai. Carl surgiu ali na sala, com ódio nos olhos.
- O que é que você quer? – Carl já estava gritando, e Martin retornara com grito também.
- Eu quero que você vá embora dessa casa, a qual minha mãe suou para comprá-la. – Martin gritava enquanto seus pés o moviam para mais perto de Carl. Quando próximos, Carl lhe dera um soco, Martin recebeu-o, sem sentir dor, apenas mais ódio, olhou para seu pai, e pôs a mão no nariz, onde recebera o soco, e viu nos dedos o sangue, não ficou assustado, isso apenas alimentava todo seu ódio, tudo o que seu pai fizera durante anos para ele e para sua mãe, apenas ia lhe alimentando o ódio. Martin pareceu calmo para Carl, mas não estava, com um movimento brusco, Martin chuta seu pai, que cai nas escadas, Martin o pega pela gola da camisa, o levanta, e o prensa na parede, Martin não sabia dessa sua força para levantar um gordo do chão, mas sabia que não era nada sua, era apenas da raiva, estava sendo movido por ela. Em centímetros do rosto de Carl, Martin pôde sentir a respiração dele.
- Olhe para mim pai, estou parecendo um viadinho agora? Mulherzinha vai ser você, por apanhar de um viadinho. – Martin não parecia mostrar nenhum esforço para falar, o que espantou Carl, pois não estava encostando seus pés no chão, era Martin que o segurava contra a parede. E com muita agilidade, Martin o joga no meio da sala, Carl se pôs a segurar-se pelos cotovelos, e pôde ver toda a ira nos olhos de Martin.
- Filho... – Tentara falar alguma coisa, mas Martin não o deixa.
- Filho? Não foi você que disse que não me considerava como filho por eu ser boiola? – Martin gritava com seu pai, se aproximou dele com pressa e lhe deu um chute na barriga, seu pai se encolheu com dor, o sangue do seu nariz pingava ao chão. – Você se arrepende, pai? – Martin pronunciava a palavra “pai” mais alto que o resto da fala.
- Sim... – Carl sussurrava, Martin viu as lágrimas daquele velho nojento escorrendo até pingar ao chão, mas não sentia dó, continuava gritando.
- Eu não escutei!
- Eu me arrependo, me perdoe. – Carl suplicava à Martin.
- A vontade que eu tenho, é de matar você, sabe por quê? Por que durante anos, eu abaixei a cabeça pra você. – Martin falava com sarcasmo, e começou a andar com calma em volta de seu pai, que estava no chão, todo encolhido, com olhos fechados, e as lágrimas escorrendo. – Tudo o que você fez pra mim, eu fui engolindo, e engolindo, e engolindo. – Martin fizera uma pausa, e olhara com raiva para seu pai, se abaixa e chega perto dos ouvidos dele, para ter certeza que ele iria escutar. – Sabe o que estou fazendo agora? – Martin falou baixinho aos ouvidos do pai, com muito sarcasmo. Carl o olhou, com medo, esperando a resposta. – Estou vomitando em você! – Martin gritara alto ao ouvido de seu pai. Carl nada falava, apenas ouvia com medo. Martin se pôs a andar com calma novamente. – Por sorte não me tornei um monstro igual a você, por sorte não, graças a minha mãe, que é a única pessoa que eu amo, por que de você. – Martin fez uma cara de nojo. – Tenho pena, só pena, acho que minha mãe não merece mais isso, você tem tornado essa casa num pesadelo. – Martin para de andar, e o olha com raiva. Sobe as escadas com pressa, e vai ao quarto que dali em diante seria da sua mãe, apenas, da sua mãe, abre o guarda roupas, e tira todas as roupas que pertencia ao seu pai, pega uma bolsa de viagem qualquer, e as joga de qualquer jeito, desce as escadas com pressa, seu pai estava sentado ao chão, com os olhos fechados, o sangue lhe escorria até pingar, Carl o olha com medo, olha a bolsa na mão dele. Martin larga a bolsa, e vai com raiva em direção a Carl, o pega pela gola da camisa, e o empurra na calçada, no lado de fora da casa, volta e pega a bolsa, e anda em direção de seu pai, que estava no chão assustado, se abaixa e fala. – Sou um viadinho, adoro filmes de drama, e vou fazer uma coisa que sempre sonhei em fazer por causa desses filmes. – Martin pega a bolsa, abre, e joga todas as roupas sobre Carl, e depois joga a bolsa com toda a força nele, e fala forte. – Só uma correção, não sou viadinho, sou homossexual, e gosto de filmes de terror, e com muita violência, não de dramas. – Martin soltara um riso irônico. – Saia deste quintal, e se eu lhe ver novamente por aqui, chamarei a polícia. – Martin entra na casa com passos fortes, pega sua mochila, e sobe as escadas. Carl olhara seu filho incrédulo, olhou as roupas e as juntou para colocar na bolsa, se levantou limpando o nariz que sangrava, quando olhou para a rua, estava cheio de gente o observando, estavam ali o tempo todo.
- O que é que vocês estão olhando? – Carl gritara com raiva. As pessoas começaram a se mexer com murmúrios, mas pararam quando escutaram Martin na janela.
- Podem olhar a vontade, um pai machista e homofóbico apanhando de seu filho homossexual, é realmente de se parar para olhar. – Martin soltara um riso sarcástico, e esperou seu pai sair, resmungando. Voltou para seu quarto, respirou fundo, não acreditou no que acabara de fazer, e foi logo ligar para sua mãe.

03 dezembro 2010

Um outro nós. 8º Capítulo.

Annie ficou pensando a tarde inteira no que acontecera de manhã, não sabia o que era certo a fazer. Acabara de tomar banho para então dormir, antes de deitar-se a cama, escutou gritos na vizinhança, foi à janela do seu quarto que dava para a casa de Martin, e pôde ver pela janela do quarto dele, Carl gritando com Martin, e sua mãe soluçando, Carl estava tirando a cinta, para bater em Martin, “vamos lá Martin, se defenda” Annie suplicava pensando, e assim Martin o fez, tirara a cinta das mãos de Carl, que estava embriagado, Annie pôde ver a raiva nos olhos de Martin, e o escutara Martin berrando com seu pai.
- Você vai ter de me aceitar assim, ou você dá meia volta, arrume suas coisas e arranje outro lugar para ficar, minha mãe não merece alguém tão machista a abusando, eu sou um castigo para você, e não vou mudar por ser tão estúpido. – Annie nunca vira alguém tão enfurecido, e com um movimento rápido, Martin joga a cinta para o outro lado do quarto, e dá um soco certeiro em Carl, que começara a sangrar-lhe a boca. – Posso ser um viadinho, como você diz, mas não sou uma mulherzinha para apanhar de um bêbado nojento. Tenho vergonha de você, do mesmo modo como você tem de mim, saia do meu quarto, agora! – Martin continuava gritando, e Faby soluçava cada vez mais, Carl tentara devolver o soco, mas Martin rapidamente segura sua mão, e o olha enfurecido, Carl dá um passo para trás, e olha para Faby com desprezo, quando ia começar a criticar Faby, Martin o corta. – A mãe vai dormir aqui comigo, e nem pense em reclamar, ela não tem que agüentar um bêbado nojento ao seu lado durante a noite. – Carl o observara enfurecido, o sangue escorria-lhe pelo queixo, e sai do quarto batendo a porta. Martin tranca a porta, e com pressa, abraça sua mãe, que não conseguia parar de chorar, Martin lhe dá um beijo na testa, e a coloca deitada a sua cama, e fica sentado ao lado dela, mexendo em seus cabelos negros, como os seus. Annie viu que Martin estava dizendo alguma a sua mãe, e ela apenas concordava com ele, depois de um tempo Martin lhe dá outro beijo na testa, e se deita ao lado dela, sem deixar de abraçá-la, e apaga as luzes. Annie sentiu um profundo orgulho do amigo, e queria estar lá para abraçá-lo.
No outro dia, Annie ficou em dúvida se passava na casa de Martin, mas o fez, ao sair, Faby foi junto a eles, com uma bolsa de viagem. Faby tinha cabelos lisos e negros, olhos castanhos escuros, quem olhava para ela, via que foi uma jovem realmente linda, mas perdera o encanto pela aparência de cansaço. Martin estava sério, cumprimenta Annie sem nenhum esforço ao agrado.
- Bom dia Annie. – Faby lhe solta um sorriso forçado.
- Bom dia. – Annie lhe retorna o sorriso, estava feliz, mesmo isso sendo ruim para eles, estava feliz por Martin não abaixar a cabeça para seu pai. Começaram a andar as pressas, ao chegarem numa parada de ônibus, Faby foi se despedindo deles, e olhou com medo nos olhos, para Martin.
- Martin, você tem certeza disso?
- Tenho, ele vai sair de casa, e só então você vai voltar, confie em mim. – Martin tinha uma força na fala, que até Annie sentira medo, Faby nem tentava discordar, apenas concorda com a cabeça, e os olhos começaram a se encher, Martin se aproximou dela, e pegou-a pelo braço com delicadeza. – Hey, vai dar tudo certo, ele só está nos atrapalhando, não vou mais abaixar a cabeça para ele. – Martin lhe deu um beijo na testa, e a abraçou, Annie se emociona com a cena, e sentiu que ia chorar, mas segurou-se. Faby se senta no banco da parada, e olha para Martin.
- Tenho muito medo de que lhe aconteça alguma coisa, filho. Você é tudo o que tenho.
- Não pense nisso. – Martin lhe solta um sorriso encorajador.
- Tenho muito orgulho de você. – Faby lhe solta um sorriso forçado.
- E eu tenho de você, mãe, te ligo de noite. – Martin se pôs a andar junto com Annie. Faby ficou o observando, e sentira mais orgulho daquele crescido jovem, que era seu filho, e depois da noite passada, sabia que Martin, assim como Carl, era capaz de muitas coisas, só que coisas boas.
No caminho, Martin não soltara uma palavra com Annie, mas logo ela se pôs a quebrar o silêncio.
- Vai parecer meio estranho, mas estou feliz com o que está acontecendo na sua casa.
- Que? – Martin a olha incrédulo.
- É, eu vi ontem pela janela, e nossa, senti um orgulho de você Martin, fiquei feliz mesmo por você não abaixar a cabeça. – Annie se pôs logo a explicar, e solta um sorriso sem jeito.
- Já estava na hora. – Martin retornara com um sorriso forçado. E seguiram em frente.
No meio da aula, Annie vira que Jordan não estava na sala, ficou curiosa para saber dela, mas se pôs ao trabalho de pensar em outra coisa. Tentava conversar com Martin, para distraí-lo, mas todas tentativas foram um fracasso, via Martin com seus punhos fechados, e a raiva ainda em seus olhos, não adiantaria de nada ela tentar conversar, essa raiva dele só iria passar depois que ele tirasse seu pai de casa, mas mesmo sem conversar, Annie não saia de seu lado, nem ao menos para tomar água. Mesmo Larry tentando conversar, Martin não mudava sua expressão, mesmo os professores lhe chamando a atenção, Martin não se dava ao trabalho de ficar atento às aulas.
No intervalo, Annie estava num banco, sentada ao lado de Martin e Larry, conversava com Larry e ria, ficou sem reação ao ver Brenna encostada numa parede ao longe, observando ela. Brenna percebeu que Annie a olhara, tentara disfarçar mexendo em seu mp3, e depois saiu andando em outra direção, saindo do campo de visão de Annie, que não fizera nada a respeito, queria apenas ficar ao lado de Martin, o apoiando em tudo que precisasse.
Martin tinha punhos fechados, e passos fortes quando estavam a caminho de casa, Annie não quis conversar, a raiva de Martin era tanta, que nada ia adiantar. Chegando à frente de sua casa, Martin para, olha para a parte superior da casa, e lança um olhar forte para Annie, que para de andar, e olha para a parte superior da casa, havia uma janela, e Carl estava lá, olhando com raiva para Martin, com as mãos no bolso.
- Vá para casa Annie. – Martin estava com muita raiva nos olhos, o que assustara Annie, que engolira em seco, e se pôs a andar com passos apressados, sem nem olhar para trás. Parou em frente a sua porta, e olhou para o lado, Martin estava a uns passos da porta, olhando para a janela.
- Trocou de fechadura, pai? – Martin perguntara irônico, Annie ouviu a risada irônica de Carl.
- Essa casa é minha.
- Sua? – Martin levantou as sobrancelhas num espanto, contraiu os lábios, e Annie vira cada vez mais ódio nos olhos dele, Martin olhou para a porta com raiva, e se pôs a andar em direção a ela, deu dois chutes na porta, até que Annie ouviu o estrondo da porta batendo na parede, e Martin entrou na casa. Annie ficou incrédula, e entrou com pressa na sua casa, fechou a porta com rapidez, e ficou encostada na porta, assustada, olhando para o chão, quando levantou os olhos, estava seu pai e sua mãe, assustados olhando para ela.
- O que está acontecendo na casa de Martin? – Pergunta sua mãe, confusa e assustada. Annie engole em seco, e olha pela janela da sala, para a casa de Martin, e pôde ouvir os gritos e barulhos vindo dela.

02 dezembro 2010

Um outro nós. 7º Capítulo

Annie chegara a sua casa um pouco mais tarde, e sua mãe já começa.
- Nossa, minha filha, chegou tarde, vi Martin chegando, e não vi você. – Mostrava-se curiosa.
- É que eu fiquei um pouco mais na sala ajudando uma colega. – Annie disfarça soltando um sorriso para a mãe, que logo volta a arrumar a mesa, Annie joga sua mochila no sofá, e se senta para o almoço, notara que seu pai não estava presente.
- Onde está o pai?
- Teve que resolver uns problemas. – Terminam de almoçar, e Annie vai para o quarto. Quando liga seu computador, havia três novas mensagens, uma era de sua amiga da outra cidade, contando-lhe as novidades, Annie não tivera coragem ainda de contar-lhes que ficou com outra garota, outra mensagem era de Jordan: “Senti sua falta hoje na sala.”, Annie sentiu raiva e vontade de xingar Jordan, a outra deixou-a surpresa: “E ai? Chegou cedo em casa? ‘risos’ Gostei de conversar com você Annie, espero conversar mais.”, era de Brenna, Annie também esperava conversar mais com ela.
Já no outro dia de manhã, enquanto Annie e Martin se dirigiam para a escola.
- Onde você esteve ontem? – Perguntara curioso Martin, Annie apenas o olhou com um sorriso nos lábios. – “Com quem” você esteve ontem Annie? – Perguntara já rindo.
- Com Brenna.
- Brenna? – Martin a olhou assustado. – Mas...
- Não, apenas conversamos, cheguei à escola ontem e vi Jordan com outra menina, numa intimidade... Se não fosse Brenna me tirar de lá... – Annie fez uma pausa, pensativa. – Não sei. – Martin apenas prestou atenção, e concordou com um movimento da cabeça. Seguiram o trajeto em silêncio, cada um com seus pensamentos, e problemas.
Chegando ao colégio, Annie viu Brenna, novamente, encostada no portão da escola, Brenna a vira, e soltara um sorriso, Annie correspondeu com outro, Martin foi mais a frente, enquanto Annie e Brenna vinham atrás.
- Olá Annie. – Brenna estava bastante sorridente.
- Olá Brenna. – Antes que pudessem continuar conversando, Jordan surge, estranhando que as duas estivessem juntas.
- Annie, por que não veio ontem? – A raiva toma Annie.
- Sentiu minha falta? – Perguntou ironicamente.
- Sim!
- Não parecia a hora que te vi conversando com aquela menina. – Fala Annie sarcasticamente, antes que Jordan respondesse, Brenna pegou Annie pelo braço e a levou para dentro do colégio, e a pôs sentada num banco, sentou-se ao lado de Annie, Jordan apareceu ao longe, e lançou um olhar forte para Brenna, e fez sinal de que depois conversariam, e começou a andar em outra direção.
- Annie, você tem que se segurar. – Brenna estava preocupada.
- Por que eu deveria? O que ela quer conversar com você depois?
- Não sei, de certo está desconfiada da gente.
- Desconfiada de que? – Annie estava confusa, Brenna lhe lançou um olhar, e logo Annie entendera.
- Vai para a sala. – Brenna falava séria. Annie apenas concorda, e se dirige a sala. Chegando a sala, viu Martin a esperando, olhou para o outro canto, viu Jordan, séria, quando Jordan a viu entrando, se levanta empurrando sua carteira com força, fazendo um estrondo na sala, e sai, Annie se senta perto de Martin, e fica calada.

Brenna sabia que logo Jordan chegaria ali soltando os cachorros sobre ela, levantou o olhar e pôde ver Jordan, andando com passos fortes até sentar-se ao seu lado.
- Brenna, Brenna... – Fala Jordan com um sorriso no canto dos lábios, Brenna sabia que Jordan não estava nem um pouco contente, prende seus cabelos, e espera Jordan continuar, Jordan a olha séria. – Você nunca foi de ficar com meninas que eu fico, sempre a admirei por isso, você me decepcionou. – Jordan olha para o chão, e contrai os lábios.
- Pois é, Jordan. Mas se eu continuasse fazendo isso ficaria sempre com ninguém, por que, né... – Brenna não precisava continuar, estava claro que Jordan ficava com qualquer menina que aparecia.
- Você ficou com ela? – Brenna se espantou com o tom que Jordan usara, como se estivesse preocupada com isso mesmo.
- Não Jordan, não sei se você lembra, mas prefiro conhecer bem as pessoas antes de qualquer coisa. – Jordan soltara um riso.
- Por isso que sempre acaba sem ninguém. – Falou rindo, e logo se levanta, mas volta a olhar para Brenna séria. – A Annie não, qualquer uma, menos a Annie. – se afasta de Brenna, sem nem esperar resposta dela, que ficara ali com o ódio lhe tomando.

Quando Jordan chega à sala, estava com um sorriso no canto dos lábios, professor a olha sério.
- Tem que mudar alguns costumes, Jordan.
- Já começou a aula? – Jordan, com aquele jeito zombeteiro.
- Não, mas...
- Então! – Jordan o corta, antes que pudesse continuar a fala, fazendo a sala toda rir, Jordan se senta, com aquele sorriso nos lábios, o que perturbava muito Annie.
Na hora do intervalo, Annie encontrou Brenna num banco pensativa, e sentou-se do ao lado dela.
- Brenna?
- Oi. – Brenna estava distante.
- O que aconteceu? – Annie estava preocupada realmente, ao mesmo tempo com ódio, por que sabia que tinha ligação com Jordan.
- Nada de mais. – Brenna olha para Annie, um pouco triste.
- Foi Jordan? – Brenna, apenas concorda com a cabeça. – Me conta Brenna. – Brenna ficou pensativa por uns instantes, mas lhe contou, em detalhes. Annie prestara atenção em tudo que Brenna dizia, e ficou surpresa com a atitude de Jordan, mas ficou mais surpresa com a de Brenna. – Brenna... – Ficou pensativa, escolhendo as palavras. – Você fez isso por que você ta afim de mim? Ou é só para contrariar Jordan? – Brenna a olhou um pouco sem jeito, e logo tornou a olhar para frente, pensativa, sem responder, se levantou as pressas, e se afastou de Annie, que ficara ali espantada com tudo aquilo.
Na hora de ir embora, Annie nem olha para os lados, pega Martin pelo braço, e nem o deixa se despedir de Larry. Não queria encontrar-se nem com Jordan, e muito menos com Brenna. Já distantes da escola, Annie lhe conta o que acontecera, e Martin a olha espantado.
- Não por nada, Annie. Mas as coisas que Larry me conta da Jordan, não são agradáveis, mas parece que ela gostou de você. Mas a Brenna... – Martin fica pensativo. – Pelo que Larry me fala, Brenna é uma pessoa séria, difícil se interessar por alguém. – Annie escuta as palavras do amigo com atenção, mas não responde nada, apenas seguem para casa em silêncio.

01 dezembro 2010

Um outro nós. 6º Capítulo

Como o combinado, Annie saiu mais cedo de casa, com suas maquilagens na bolsa para esconder o roxo do olho do amigo. Estava se aproximando da porta, quando ela se abre com rapidez, Martin a puxa para dentro, e a leva para seu quarto.
- Por que isso? – Pergunta Annie assustada.
- Eu estava te esperando, não queria que meu pai percebesse algo. – Annie compreendeu, e foi tirando as maquilagens de sua bolsa, e logo começou a passar no rapaz. - Vou parecer mais gay do que o normal. – Disse Martin rindo, Annie riu e continuou seu trabalho.
Já estavam a caminho, não aparecia mais nada de roxo no olho do rapaz, era o que se esperava pelo tanto de maquilagem que Annie passara nele. Ao chegarem à escola, Brenna estava com fones encostada-se ao portão mexendo em seu aparelho de tocar música, estava com uma calça escura, e uma blusa cinza sem estampa, ao perceber que os dois chegavam, os cumprimentou com um sorriso desajeitado, e disfarçara olhando para os lados, Annie não entende sua atitude, mas passa pelo portão normalmente, estava ansiosa para se encontrar com Jordan. Larry estava com uns amigos, ao ver Martin foi logo se retirando indo ao encontro dele. Annie não vira Jordan, deixou os dois rapazes e foi entrando na escola, ao passar a porta pôde ver Jordan sentada em um banco do corredor, começou a ir até ela, mas parou ao ver a intimidade que tinha com a outra garota que estava sentada ao seu lado, sentiu seu rosto corar, e a raiva crescente dentro de si, Brenna aparece à sua frente, tirando Jordan de sua vista.
- Lhe apresento, Jordan. – Falou num tom despreocupado, e contraiu os lábios. Annie sentiu seus olhos se enxerem de lágrimas, então Brenna mudou sua expressão de despreocupada, para preocupada, tirou os fones, e levou Annie às pressas para algum banheiro próximo. Brenna a solta quando chegam ao banheiro, e fica a olhando, preocupada, Annie pôde sentir as lágrimas escorrendo, sentia-se humilhada.
- Por que...? – Annie não sabia ao certo o que queria saber.
- Você já tinha ficado com alguma menina antes? – Brenna começara a entender.
- Nunca.
- Mas se interessava?
- Não sei. – Annie não entendia muito sobre seus sentimentos.
- Impulsividade Annie. – Brenna falou pensativa, Annie a olhou confusa. – É, você se interessava, mas nunca tivera a oportunidade, nunca tivera alguma menina que se interessasse em você e demonstrasse isso, e a primeira que aparece... – Brenna não precisava continuar. Annie ficou pensativa. Brenna volta com a expressão despreocupada, e se olha no espelho, prende seu cabelo ruivo escuro, e ajeita-se, volta a olhar para Annie, que continuava a escorrer lágrimas pelo rosto, Brenna vai até ela, enxuga suas lágrimas, e lhe dá um tapa sem muita força no seu rosto, Annie a olha assustada e confusa.
- Vamos lá garota, olhe para você, chama atenção de qualquer um por onde anda, és linda de mais, e está ai chorando por causa de outra que não se importa? Não, não! – Brenna quase grita com Annie, que achara isso um tanto divertido, solta um risinho para Brenna, que pegara em sua mão e a carregara para longe dali. – Que aula você tem hoje? – Pergunta Brenna despreocupada.
- Português. – Annie ficou sem entender a pergunta.
- Você é boa em português?
- Sim... Por quê?
- Por que nós vamos gazear. – Brenna a olha com um sorriso malicioso esperando resposta, mas tudo que Annie fizera foi olhar para ela espantada, Brenna carrega Annie para fora da escola, e foram em direção ao centro.
Chegando à praça, Brenna tira sua carteira de cigarros, e acende um, Annie a observa.
- Geralmente pessoas educadas oferecem. Mesmo eu não fumando. – Brenna a olha despreocupada.
- Geralmente pessoas que se importam, não oferecem. – Brenna se vira para frente, e continua fumando. Annie ficou admirada com ela.
- Você não é amiga de Jordan? – Annie lembra que as duas andavam juntas quando as conheceram.
- Digamos que apenas conhecidas. – Annie fica confusa, e Brenna tenta explicar. – Não conto muito com Jordan, mas gosto da companhia dela, sabe? Mas tem coisas que ela faz que não me agrada muito, e eu já me cansei de conversar com ela sobre isso.
- Que coisas que ela faz que você não gosta?
- O que ela fez com você, é um exemplo. – Brenna lança um olhar forte para Annie, que fica um pouco constrangida.
- E você sempre tenta consolar as meninas depois de Jordan fazer isso com elas? – Brenna ficou pensativa por um instante.
- Não... Você... – Brenna fica sem resposta, e pensativa, olha para Annie, e desconversa puxando outro assunto, Annie não insisti, e conversa normalmente com Brenna. Ficaram a manhã inteira conversando sobre coisas diversas.

30 novembro 2010

Um outro nós. 5º Capítulo

Faltavam quinze minutos para as três horas quando Jordan e Larry chegaram, Larry se mostrou preocupado com Martin, e logo se sentou ao lado dele.
- Como você está? – Perguntou Larry com certa euforia.
- Estou bem, a gente só discutiu um pouco, mas depois ele foi deitar. - Martin não quisera falar o que realmente aconteceu.
- E esse corte na boca?
- Me machuquei hoje no almoço. – Martin solta um sorriso para Larry, demonstrando estar tudo bem, sem tirar os óculos, e nem mostrar as feridas, Annie compreende e não diz nada a respeito. Jordan olha a situação séria, e se senta ao lado de Annie, fica pensativa por uns instantes, contrai os lábios e se vira para Annie.
- Aquilo não foi um acidente, certo? – Sussurrou para Annie, que ficou em silêncio sem saber o que responder. – Pode ficar tranqüila, se Martin não quis contar para Larry agora, ninguém mais vai saber, vamos dar uma volta? – Jordan falava num tom sério, o que deixava Annie se sentir segura em conversar sobre. As duas se levantaram e foram andando. – Pai dele que fez aquilo na boca dele?
- Sim, e mais algumas coisas.
- O que mais?
- Ele está com olho roxo e o corpo com feridas, fiquei espantada ao vê-lo. – Fez uma careta ao lembrar-se do corpo de Martin. Jordan respirou fundo, e tinha um olhar forte para o nada, mostrando estar irritada com a situação.
- Ele te contou?
- O que? – Annie sabia do que Jordan estava falando, mas preferiu não falar muitas coisas de Martin. Jordan a olhou, mostrando já saber de tudo. – Acho que você deve saber melhor do que eu Jordan.
- É. Eu sei. – Jordan encostou-se a uma cerca que do outro lado dava para um lago pequeno, dando para ver os peixes coloridos se movendo, ficou em silêncio observando a água e o movimento que nela tinha. Annie não sabia o que fazer muito menos o que falar.
- Você... Nada, esquece. – Queria saber se Jordan era também, mas preferiu não fazer essa pergunta nesse momento.
- Sim – Jordan entendera a pergunta, se vira para Annie, um pouco confusa. – Sim, eu fico com meninas, você não?
- Eu? Não, nunca fiquei com meninas. – Annie sentira um gelo no corpo quando ela lhe fizera essa pergunta, Jordan olha para o lado, e fica pensativa.
- Ah... E não se interessa? – Jordan a olha, e solta aquele sorriso no canto dos lábios. Annie sentira aqueles arrepios no seu corpo, e ficou sem reação, Jordan percebeu e soltou um riso. – Tudo bem... Você quer sentar? – Jordan dá um passo em direção à Annie, que começou a ter as mãos trêmulas, Annie apenas concorda com a cabeça, Jordan aponta um banco, e se movimentam até lá. Annie achara que Jordan ia falar mais algo sobre o assunto, mas falaram sobre coisas diversas, o que deixara Annie muito à vontade, que não viu as horas passarem, quando olhou o relógio abriu a boca de espanto, eram seis e meia, e começara a escurecer, procurou por Martin, mas nem ele e nem Larry estavam mais lá, se levantou no impulso.
- Onde estão? – Passou o olho pela praça a sua volta, e nada, olhou desesperada para Jordan, que estava com um sorriso no canto dos lábios. – O que foi? Por que sempre tem de sorrir deste jeito? – Jordan soltara um riso.
- Você é mesmo toda “certinha” não é? – Annie sentira seu rosto corar. – Ande, sente-se aqui, eu sei onde estão. – Jordan falava zombeteira. Annie entendera o que ela quis dizer, seis horas em diante era a hora em que as pessoas iam para a casa, e a praça ficava com partes não iluminadas. Annie se sentou um pouco constrangida. – Você não respondeu minha pergunta. – Annie a olhou sem entender, Jordan estava com um sorriso no canto dos lábios, e a olhando.
- Que pergunta? – Mas logo se lembrara de Jordan a perguntando mais cedo se ela se interessava em ficar com meninas, e logo ficou com mãos trêmulas, Jordan percebeu, e foi se aproximando, Annie sentiu o braço de Jordan passando pelas suas costas, Jordan aproximou seu rosto no dela, até que Annie pôde sentir os lábios de Jordan colados nos seus, o gelo foi mais intenso junto a arrepios pelo corpo. Teve que admitir a si mesma, que Jordan beijava melhor do que qualquer garoto que já beijara. Quando afastaram seus rostos, Annie olhou para todos os lados, para ver se alguém havia visto, tinha pessoas ainda na rua, mas ninguém prestara atenção.
- Calma Annie, há essa hora, poucas pessoas estão nas ruas. – Jordan lhe soltara um sorriso confortante, e passa um dos braços pelas costas de Annie a abraçando, Annie se conforta no ombro de Jordan, que neste momento fazia-lhe um cafuné em seus cabelos castanhos claros. Ficaram daquele jeito por um tempo, até que Annie pôde ver Martin e Larry se aproximando, se afastou rapidamente de Jordan, que percebeu no momento o motivo, soltara um riso de Annie, mas permaneceu em silêncio.
- Annie, acho melhor irmos, já está tarde. – Martin estava com um sorriso enorme no rosto, assim como Larry.
- Tudo bem, vamos indo. – Responde Annie se levantando, Jordan se levanta logo em seguida, e dá um abraço em Annie, e um beijo em sua bochecha, quando se afastam, Jordan estava com um sorriso, mostrando seus dentes brancos e perfeitos, Annie dá um sorriso também, se despede de Larry, espera Martin se despedir, e se afastam dos dois.
- Annie, passe lá em casa mais cedo, com o que você tiver para não aparecer muito esse roxo no meu olho?
- Sim, Martin. – Ficaram em silêncio durante uns minutos.
- Eu vi em Annie! – Fala Martin com toda empolgação.
- É, eu nem precisei ver vocês dois para saber, só pela cara de vocês a hora que voltaram. – E os dois foram rindo até suas casas.

29 novembro 2010

Um outro nós. 4º Capítulo

Era uma hora da tarde quando Annie tocara a campainha da casa dos Fraser, pai de Martin, Carl, que atendera, tinha uma aparência rude, e um olhar frio, os olhos eram idênticos ao de Martin, assim como a pele clara, vestia uma camisa de botões surrada, e uma calça desbotada. Carl olhou para Annie dos pés à cabeça, fazendo-a ficar constrangida com o tal.
- Em que posso ajudá-la? – Havia uma voz rouca e um pouco enrolada, como se tivesse bebido logo após o almoço.
- Moro aqui do lado, vim ver como está Martin. – Logo chega a mãe de Martin, estava de avental, e um vestido floral.
- Carl, ela é a nossa nova vizinha, estuda junto com Martin, deixe-a entrar, ela está preocupada. – Faby aparentava estar cansada, Carl não tirava os olhos de Annie, e deu um passo para trás deixando Annie entrar, logo fecha a porta por trás, e volta a sentar-se no sofá ali próximo, colocando os pés sobre a mesa de sala que havia na frente do sofá. Faby acompanha caridosamente Annie até o quarto de Martin, mostra a porta que estava fechada, mas não a abre, desce as escadas e deixa Annie ali, bate a porta, e pôde ouvir o som da música que Martin estava escutando, sabendo que ele não ia ouvir as batidas, Annie abre a porta, Martin estava sem camisa na frente do espelho, com lágrimas escorrendo, quando Martin a percebera tentara esconder seu corpo, sem sucesso, ficou parado, olhando horrorizado para Annie, ela pôde ver as marcas no corpo dele, como se tivesse sido surrado por brutos-montes, vários deles.
- Martin... – Não sabia o que dizer, e ficou olhando-o.
- É... Não sei como lhe explicar. – As lágrimas escorriam, pingando ao chão, Annie viu que havia também um roxo em seu olho esquerdo, e um corte na boca. Ela fecha a porta pensativa, e com a mão ainda na maçaneta solta um olhar à Martin, que sem jeito abaixa a cabeça e começa a soluçar, Annie se apressa a abraçá-lo, sem nem entender o que havia acontecido, mas sabia que agora não era o momento de explicações, apenas o colocou sentado à cama, e pôs a confortá-lo em seu colo, Martin não parava de soluçar, soube o motivo da música no som alto, ficaram alguns minutos assim, até que Martin parasse de soluçar, e se pôs sentado novamente.
- Desculpe te assustar assim, é... – Martin tentara se desculpar, mas logo Annie o cortara.
- Está tudo bem, não é problema para mim, ia ser muito pior se você ficasse aqui sozinho. - Martin lhe solta um sorriso de agradecimento.
- Não quer saber o que houve? – Martin a pergunta, com olhar distante.
- Quero, quando você se sentir confortável em me contar. – Annie estava preocupada com Martin, nunca vira alguém com tantas marcas assim. Martin a lança um olhar forte, e veste uma camisa branca com gola V, escondendo as marcas, pôs seu tênis também branco, pegou seus óculos.
- Vamos sair daqui, vamos à praça, não sei, mas vamos sair daqui. – Estava quase suplicando à Annie, que logo pôs a andar atrás de Martin, desceram as escadas, o sofá que Carl estava sentado estava de costas para as escadas, Martin parou para visualizar a cena, seu pai com os pés sobre a mesa de sala, com um cigarro na mão, e um copo de uísque na outra, sua mãe estava varrendo.
- Mãe, vou sair com Annie. – Falou sussurrando para Faby, que o olha com ar de preocupação , e solta um olhar para Carl com medo, Martin olha forte para sua mãe, chama Annie e vai em direção a porta, abre-a e deixa Annie passar.
- Aonde você vai? – Carl o pergunta, num tom grosseiro. Martin o olha com raiva.
- Para a puta que o te pariu. – E Annie pôde ouvir o estrondo da porta batendo, Martin a pega com delicadeza no braço e vão saindo às pressas, ela ouviu Carl gritando lá de dentro, mas não conseguiu entender o que dizia. Chegaram do outro lado da rua, e Martin pôs seus óculos, e logo suas mãos no bolso da calça, andava com pressa. Annie não se deu o trabalho de perguntar o motivo de tudo aquilo, pois sabia que havia ligação, e logo iam chegar à praça e ele ia lhe explicar, então lembrou Jordan, e que ela estaria na praça logo às três horas.
Chegaram à praça eram duas horas, tinham tempo de conversar muito ainda.
- Martin antes de começar, preciso te contar uma coisa. – Annie foi logo falando. Martin ficou quieto, esperando ela começar. – É sobre a Jordan...
- Eu sei, eles vão estar aqui às três horas, certo? – Martin estava sério, Annie o olhava, confusa, sem entender mais nada, e concorda balançando a cabeça. – Não está entendendo nada não é? Têm coisas sobre mim que você não sabe Annie. – Ela estava com a boca entreaberta, assustada, e ficou esperando Martin continuar. – Bem, como você pôde ver, eu apanhei... Bastante. – A voz de Martin estava um tanto trêmula. – Não sei com quais palavras devo lhe dizer isso. Mas tentarei, certo? – Martin espera Annie concordar. – Meu pai, é um tanto orgulhoso, e tem aquelas manias antigas, sabe? Um tanto machista. E tem certas coisas que ele não aceita. Inclusive coisas que eu faço. E com a ajuda da bebida, ele se altera um pouquinho. – Falo num tom irônico.
- Foi seu pai que te bateu? Por quê? – Annie estava horrorizada.
- Como eu disse, tem coisas em mim que ele não aceita, as vezes ele coloca a culpa toda na minha mãe, e logo dou um jeito de tirá-la fora da conversa, no que resulta à isso. – Martin pôs os dedos na sua boca, mostrando o corte nela. – Bom, a pior parte, o motivo. – Martin contraiu os lábios, e ficou pensativo. – Ontem à noite eu estava conversando com Larry. – Martin levantou as sobrancelhas, mostrando que só com isso não precisava explicar mais nada.
- Como? – Annie continuava confusa.
- Fui à padaria de noite, e encontrei-o, ele veio até minha casa, e meu pai viu a gente juntos, entende agora?
- Ah... Entendi. – Annie ficou pensativa, e logo soltou um olhar para Martin. – Então você e Larry...?
- Sim, nós somos homossexuais. – Annie continuou pensativa.
- Como você soube?
- Há uns anos atrás, comecei a gostar de um amigo meu, sabe? Aquelas friezas que dá, coisa e tal. – Martin mostrava que aquele assunto era indiferente para ele, mas Annie estava horrorizada com aquilo, não por ele ser gay, mas por ela ter aquelas friezas por Jordan. Não tocou mais no assunto, para Martin não perceber a sua preocupação, e ficaram em silêncio, cada um com seus pensamentos.

Não vou continuar nesse pra não ficar muito comprido. Kisses.

Seguidores