03 dezembro 2010

Um outro nós. 8º Capítulo.

Annie ficou pensando a tarde inteira no que acontecera de manhã, não sabia o que era certo a fazer. Acabara de tomar banho para então dormir, antes de deitar-se a cama, escutou gritos na vizinhança, foi à janela do seu quarto que dava para a casa de Martin, e pôde ver pela janela do quarto dele, Carl gritando com Martin, e sua mãe soluçando, Carl estava tirando a cinta, para bater em Martin, “vamos lá Martin, se defenda” Annie suplicava pensando, e assim Martin o fez, tirara a cinta das mãos de Carl, que estava embriagado, Annie pôde ver a raiva nos olhos de Martin, e o escutara Martin berrando com seu pai.
- Você vai ter de me aceitar assim, ou você dá meia volta, arrume suas coisas e arranje outro lugar para ficar, minha mãe não merece alguém tão machista a abusando, eu sou um castigo para você, e não vou mudar por ser tão estúpido. – Annie nunca vira alguém tão enfurecido, e com um movimento rápido, Martin joga a cinta para o outro lado do quarto, e dá um soco certeiro em Carl, que começara a sangrar-lhe a boca. – Posso ser um viadinho, como você diz, mas não sou uma mulherzinha para apanhar de um bêbado nojento. Tenho vergonha de você, do mesmo modo como você tem de mim, saia do meu quarto, agora! – Martin continuava gritando, e Faby soluçava cada vez mais, Carl tentara devolver o soco, mas Martin rapidamente segura sua mão, e o olha enfurecido, Carl dá um passo para trás, e olha para Faby com desprezo, quando ia começar a criticar Faby, Martin o corta. – A mãe vai dormir aqui comigo, e nem pense em reclamar, ela não tem que agüentar um bêbado nojento ao seu lado durante a noite. – Carl o observara enfurecido, o sangue escorria-lhe pelo queixo, e sai do quarto batendo a porta. Martin tranca a porta, e com pressa, abraça sua mãe, que não conseguia parar de chorar, Martin lhe dá um beijo na testa, e a coloca deitada a sua cama, e fica sentado ao lado dela, mexendo em seus cabelos negros, como os seus. Annie viu que Martin estava dizendo alguma a sua mãe, e ela apenas concordava com ele, depois de um tempo Martin lhe dá outro beijo na testa, e se deita ao lado dela, sem deixar de abraçá-la, e apaga as luzes. Annie sentiu um profundo orgulho do amigo, e queria estar lá para abraçá-lo.
No outro dia, Annie ficou em dúvida se passava na casa de Martin, mas o fez, ao sair, Faby foi junto a eles, com uma bolsa de viagem. Faby tinha cabelos lisos e negros, olhos castanhos escuros, quem olhava para ela, via que foi uma jovem realmente linda, mas perdera o encanto pela aparência de cansaço. Martin estava sério, cumprimenta Annie sem nenhum esforço ao agrado.
- Bom dia Annie. – Faby lhe solta um sorriso forçado.
- Bom dia. – Annie lhe retorna o sorriso, estava feliz, mesmo isso sendo ruim para eles, estava feliz por Martin não abaixar a cabeça para seu pai. Começaram a andar as pressas, ao chegarem numa parada de ônibus, Faby foi se despedindo deles, e olhou com medo nos olhos, para Martin.
- Martin, você tem certeza disso?
- Tenho, ele vai sair de casa, e só então você vai voltar, confie em mim. – Martin tinha uma força na fala, que até Annie sentira medo, Faby nem tentava discordar, apenas concorda com a cabeça, e os olhos começaram a se encher, Martin se aproximou dela, e pegou-a pelo braço com delicadeza. – Hey, vai dar tudo certo, ele só está nos atrapalhando, não vou mais abaixar a cabeça para ele. – Martin lhe deu um beijo na testa, e a abraçou, Annie se emociona com a cena, e sentiu que ia chorar, mas segurou-se. Faby se senta no banco da parada, e olha para Martin.
- Tenho muito medo de que lhe aconteça alguma coisa, filho. Você é tudo o que tenho.
- Não pense nisso. – Martin lhe solta um sorriso encorajador.
- Tenho muito orgulho de você. – Faby lhe solta um sorriso forçado.
- E eu tenho de você, mãe, te ligo de noite. – Martin se pôs a andar junto com Annie. Faby ficou o observando, e sentira mais orgulho daquele crescido jovem, que era seu filho, e depois da noite passada, sabia que Martin, assim como Carl, era capaz de muitas coisas, só que coisas boas.
No caminho, Martin não soltara uma palavra com Annie, mas logo ela se pôs a quebrar o silêncio.
- Vai parecer meio estranho, mas estou feliz com o que está acontecendo na sua casa.
- Que? – Martin a olha incrédulo.
- É, eu vi ontem pela janela, e nossa, senti um orgulho de você Martin, fiquei feliz mesmo por você não abaixar a cabeça. – Annie se pôs logo a explicar, e solta um sorriso sem jeito.
- Já estava na hora. – Martin retornara com um sorriso forçado. E seguiram em frente.
No meio da aula, Annie vira que Jordan não estava na sala, ficou curiosa para saber dela, mas se pôs ao trabalho de pensar em outra coisa. Tentava conversar com Martin, para distraí-lo, mas todas tentativas foram um fracasso, via Martin com seus punhos fechados, e a raiva ainda em seus olhos, não adiantaria de nada ela tentar conversar, essa raiva dele só iria passar depois que ele tirasse seu pai de casa, mas mesmo sem conversar, Annie não saia de seu lado, nem ao menos para tomar água. Mesmo Larry tentando conversar, Martin não mudava sua expressão, mesmo os professores lhe chamando a atenção, Martin não se dava ao trabalho de ficar atento às aulas.
No intervalo, Annie estava num banco, sentada ao lado de Martin e Larry, conversava com Larry e ria, ficou sem reação ao ver Brenna encostada numa parede ao longe, observando ela. Brenna percebeu que Annie a olhara, tentara disfarçar mexendo em seu mp3, e depois saiu andando em outra direção, saindo do campo de visão de Annie, que não fizera nada a respeito, queria apenas ficar ao lado de Martin, o apoiando em tudo que precisasse.
Martin tinha punhos fechados, e passos fortes quando estavam a caminho de casa, Annie não quis conversar, a raiva de Martin era tanta, que nada ia adiantar. Chegando à frente de sua casa, Martin para, olha para a parte superior da casa, e lança um olhar forte para Annie, que para de andar, e olha para a parte superior da casa, havia uma janela, e Carl estava lá, olhando com raiva para Martin, com as mãos no bolso.
- Vá para casa Annie. – Martin estava com muita raiva nos olhos, o que assustara Annie, que engolira em seco, e se pôs a andar com passos apressados, sem nem olhar para trás. Parou em frente a sua porta, e olhou para o lado, Martin estava a uns passos da porta, olhando para a janela.
- Trocou de fechadura, pai? – Martin perguntara irônico, Annie ouviu a risada irônica de Carl.
- Essa casa é minha.
- Sua? – Martin levantou as sobrancelhas num espanto, contraiu os lábios, e Annie vira cada vez mais ódio nos olhos dele, Martin olhou para a porta com raiva, e se pôs a andar em direção a ela, deu dois chutes na porta, até que Annie ouviu o estrondo da porta batendo na parede, e Martin entrou na casa. Annie ficou incrédula, e entrou com pressa na sua casa, fechou a porta com rapidez, e ficou encostada na porta, assustada, olhando para o chão, quando levantou os olhos, estava seu pai e sua mãe, assustados olhando para ela.
- O que está acontecendo na casa de Martin? – Pergunta sua mãe, confusa e assustada. Annie engole em seco, e olha pela janela da sala, para a casa de Martin, e pôde ouvir os gritos e barulhos vindo dela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores