30 novembro 2010

Um outro nós. 5º Capítulo

Faltavam quinze minutos para as três horas quando Jordan e Larry chegaram, Larry se mostrou preocupado com Martin, e logo se sentou ao lado dele.
- Como você está? – Perguntou Larry com certa euforia.
- Estou bem, a gente só discutiu um pouco, mas depois ele foi deitar. - Martin não quisera falar o que realmente aconteceu.
- E esse corte na boca?
- Me machuquei hoje no almoço. – Martin solta um sorriso para Larry, demonstrando estar tudo bem, sem tirar os óculos, e nem mostrar as feridas, Annie compreende e não diz nada a respeito. Jordan olha a situação séria, e se senta ao lado de Annie, fica pensativa por uns instantes, contrai os lábios e se vira para Annie.
- Aquilo não foi um acidente, certo? – Sussurrou para Annie, que ficou em silêncio sem saber o que responder. – Pode ficar tranqüila, se Martin não quis contar para Larry agora, ninguém mais vai saber, vamos dar uma volta? – Jordan falava num tom sério, o que deixava Annie se sentir segura em conversar sobre. As duas se levantaram e foram andando. – Pai dele que fez aquilo na boca dele?
- Sim, e mais algumas coisas.
- O que mais?
- Ele está com olho roxo e o corpo com feridas, fiquei espantada ao vê-lo. – Fez uma careta ao lembrar-se do corpo de Martin. Jordan respirou fundo, e tinha um olhar forte para o nada, mostrando estar irritada com a situação.
- Ele te contou?
- O que? – Annie sabia do que Jordan estava falando, mas preferiu não falar muitas coisas de Martin. Jordan a olhou, mostrando já saber de tudo. – Acho que você deve saber melhor do que eu Jordan.
- É. Eu sei. – Jordan encostou-se a uma cerca que do outro lado dava para um lago pequeno, dando para ver os peixes coloridos se movendo, ficou em silêncio observando a água e o movimento que nela tinha. Annie não sabia o que fazer muito menos o que falar.
- Você... Nada, esquece. – Queria saber se Jordan era também, mas preferiu não fazer essa pergunta nesse momento.
- Sim – Jordan entendera a pergunta, se vira para Annie, um pouco confusa. – Sim, eu fico com meninas, você não?
- Eu? Não, nunca fiquei com meninas. – Annie sentira um gelo no corpo quando ela lhe fizera essa pergunta, Jordan olha para o lado, e fica pensativa.
- Ah... E não se interessa? – Jordan a olha, e solta aquele sorriso no canto dos lábios. Annie sentira aqueles arrepios no seu corpo, e ficou sem reação, Jordan percebeu e soltou um riso. – Tudo bem... Você quer sentar? – Jordan dá um passo em direção à Annie, que começou a ter as mãos trêmulas, Annie apenas concorda com a cabeça, Jordan aponta um banco, e se movimentam até lá. Annie achara que Jordan ia falar mais algo sobre o assunto, mas falaram sobre coisas diversas, o que deixara Annie muito à vontade, que não viu as horas passarem, quando olhou o relógio abriu a boca de espanto, eram seis e meia, e começara a escurecer, procurou por Martin, mas nem ele e nem Larry estavam mais lá, se levantou no impulso.
- Onde estão? – Passou o olho pela praça a sua volta, e nada, olhou desesperada para Jordan, que estava com um sorriso no canto dos lábios. – O que foi? Por que sempre tem de sorrir deste jeito? – Jordan soltara um riso.
- Você é mesmo toda “certinha” não é? – Annie sentira seu rosto corar. – Ande, sente-se aqui, eu sei onde estão. – Jordan falava zombeteira. Annie entendera o que ela quis dizer, seis horas em diante era a hora em que as pessoas iam para a casa, e a praça ficava com partes não iluminadas. Annie se sentou um pouco constrangida. – Você não respondeu minha pergunta. – Annie a olhou sem entender, Jordan estava com um sorriso no canto dos lábios, e a olhando.
- Que pergunta? – Mas logo se lembrara de Jordan a perguntando mais cedo se ela se interessava em ficar com meninas, e logo ficou com mãos trêmulas, Jordan percebeu, e foi se aproximando, Annie sentiu o braço de Jordan passando pelas suas costas, Jordan aproximou seu rosto no dela, até que Annie pôde sentir os lábios de Jordan colados nos seus, o gelo foi mais intenso junto a arrepios pelo corpo. Teve que admitir a si mesma, que Jordan beijava melhor do que qualquer garoto que já beijara. Quando afastaram seus rostos, Annie olhou para todos os lados, para ver se alguém havia visto, tinha pessoas ainda na rua, mas ninguém prestara atenção.
- Calma Annie, há essa hora, poucas pessoas estão nas ruas. – Jordan lhe soltara um sorriso confortante, e passa um dos braços pelas costas de Annie a abraçando, Annie se conforta no ombro de Jordan, que neste momento fazia-lhe um cafuné em seus cabelos castanhos claros. Ficaram daquele jeito por um tempo, até que Annie pôde ver Martin e Larry se aproximando, se afastou rapidamente de Jordan, que percebeu no momento o motivo, soltara um riso de Annie, mas permaneceu em silêncio.
- Annie, acho melhor irmos, já está tarde. – Martin estava com um sorriso enorme no rosto, assim como Larry.
- Tudo bem, vamos indo. – Responde Annie se levantando, Jordan se levanta logo em seguida, e dá um abraço em Annie, e um beijo em sua bochecha, quando se afastam, Jordan estava com um sorriso, mostrando seus dentes brancos e perfeitos, Annie dá um sorriso também, se despede de Larry, espera Martin se despedir, e se afastam dos dois.
- Annie, passe lá em casa mais cedo, com o que você tiver para não aparecer muito esse roxo no meu olho?
- Sim, Martin. – Ficaram em silêncio durante uns minutos.
- Eu vi em Annie! – Fala Martin com toda empolgação.
- É, eu nem precisei ver vocês dois para saber, só pela cara de vocês a hora que voltaram. – E os dois foram rindo até suas casas.

29 novembro 2010

Um outro nós. 4º Capítulo

Era uma hora da tarde quando Annie tocara a campainha da casa dos Fraser, pai de Martin, Carl, que atendera, tinha uma aparência rude, e um olhar frio, os olhos eram idênticos ao de Martin, assim como a pele clara, vestia uma camisa de botões surrada, e uma calça desbotada. Carl olhou para Annie dos pés à cabeça, fazendo-a ficar constrangida com o tal.
- Em que posso ajudá-la? – Havia uma voz rouca e um pouco enrolada, como se tivesse bebido logo após o almoço.
- Moro aqui do lado, vim ver como está Martin. – Logo chega a mãe de Martin, estava de avental, e um vestido floral.
- Carl, ela é a nossa nova vizinha, estuda junto com Martin, deixe-a entrar, ela está preocupada. – Faby aparentava estar cansada, Carl não tirava os olhos de Annie, e deu um passo para trás deixando Annie entrar, logo fecha a porta por trás, e volta a sentar-se no sofá ali próximo, colocando os pés sobre a mesa de sala que havia na frente do sofá. Faby acompanha caridosamente Annie até o quarto de Martin, mostra a porta que estava fechada, mas não a abre, desce as escadas e deixa Annie ali, bate a porta, e pôde ouvir o som da música que Martin estava escutando, sabendo que ele não ia ouvir as batidas, Annie abre a porta, Martin estava sem camisa na frente do espelho, com lágrimas escorrendo, quando Martin a percebera tentara esconder seu corpo, sem sucesso, ficou parado, olhando horrorizado para Annie, ela pôde ver as marcas no corpo dele, como se tivesse sido surrado por brutos-montes, vários deles.
- Martin... – Não sabia o que dizer, e ficou olhando-o.
- É... Não sei como lhe explicar. – As lágrimas escorriam, pingando ao chão, Annie viu que havia também um roxo em seu olho esquerdo, e um corte na boca. Ela fecha a porta pensativa, e com a mão ainda na maçaneta solta um olhar à Martin, que sem jeito abaixa a cabeça e começa a soluçar, Annie se apressa a abraçá-lo, sem nem entender o que havia acontecido, mas sabia que agora não era o momento de explicações, apenas o colocou sentado à cama, e pôs a confortá-lo em seu colo, Martin não parava de soluçar, soube o motivo da música no som alto, ficaram alguns minutos assim, até que Martin parasse de soluçar, e se pôs sentado novamente.
- Desculpe te assustar assim, é... – Martin tentara se desculpar, mas logo Annie o cortara.
- Está tudo bem, não é problema para mim, ia ser muito pior se você ficasse aqui sozinho. - Martin lhe solta um sorriso de agradecimento.
- Não quer saber o que houve? – Martin a pergunta, com olhar distante.
- Quero, quando você se sentir confortável em me contar. – Annie estava preocupada com Martin, nunca vira alguém com tantas marcas assim. Martin a lança um olhar forte, e veste uma camisa branca com gola V, escondendo as marcas, pôs seu tênis também branco, pegou seus óculos.
- Vamos sair daqui, vamos à praça, não sei, mas vamos sair daqui. – Estava quase suplicando à Annie, que logo pôs a andar atrás de Martin, desceram as escadas, o sofá que Carl estava sentado estava de costas para as escadas, Martin parou para visualizar a cena, seu pai com os pés sobre a mesa de sala, com um cigarro na mão, e um copo de uísque na outra, sua mãe estava varrendo.
- Mãe, vou sair com Annie. – Falou sussurrando para Faby, que o olha com ar de preocupação , e solta um olhar para Carl com medo, Martin olha forte para sua mãe, chama Annie e vai em direção a porta, abre-a e deixa Annie passar.
- Aonde você vai? – Carl o pergunta, num tom grosseiro. Martin o olha com raiva.
- Para a puta que o te pariu. – E Annie pôde ouvir o estrondo da porta batendo, Martin a pega com delicadeza no braço e vão saindo às pressas, ela ouviu Carl gritando lá de dentro, mas não conseguiu entender o que dizia. Chegaram do outro lado da rua, e Martin pôs seus óculos, e logo suas mãos no bolso da calça, andava com pressa. Annie não se deu o trabalho de perguntar o motivo de tudo aquilo, pois sabia que havia ligação, e logo iam chegar à praça e ele ia lhe explicar, então lembrou Jordan, e que ela estaria na praça logo às três horas.
Chegaram à praça eram duas horas, tinham tempo de conversar muito ainda.
- Martin antes de começar, preciso te contar uma coisa. – Annie foi logo falando. Martin ficou quieto, esperando ela começar. – É sobre a Jordan...
- Eu sei, eles vão estar aqui às três horas, certo? – Martin estava sério, Annie o olhava, confusa, sem entender mais nada, e concorda balançando a cabeça. – Não está entendendo nada não é? Têm coisas sobre mim que você não sabe Annie. – Ela estava com a boca entreaberta, assustada, e ficou esperando Martin continuar. – Bem, como você pôde ver, eu apanhei... Bastante. – A voz de Martin estava um tanto trêmula. – Não sei com quais palavras devo lhe dizer isso. Mas tentarei, certo? – Martin espera Annie concordar. – Meu pai, é um tanto orgulhoso, e tem aquelas manias antigas, sabe? Um tanto machista. E tem certas coisas que ele não aceita. Inclusive coisas que eu faço. E com a ajuda da bebida, ele se altera um pouquinho. – Falo num tom irônico.
- Foi seu pai que te bateu? Por quê? – Annie estava horrorizada.
- Como eu disse, tem coisas em mim que ele não aceita, as vezes ele coloca a culpa toda na minha mãe, e logo dou um jeito de tirá-la fora da conversa, no que resulta à isso. – Martin pôs os dedos na sua boca, mostrando o corte nela. – Bom, a pior parte, o motivo. – Martin contraiu os lábios, e ficou pensativo. – Ontem à noite eu estava conversando com Larry. – Martin levantou as sobrancelhas, mostrando que só com isso não precisava explicar mais nada.
- Como? – Annie continuava confusa.
- Fui à padaria de noite, e encontrei-o, ele veio até minha casa, e meu pai viu a gente juntos, entende agora?
- Ah... Entendi. – Annie ficou pensativa, e logo soltou um olhar para Martin. – Então você e Larry...?
- Sim, nós somos homossexuais. – Annie continuou pensativa.
- Como você soube?
- Há uns anos atrás, comecei a gostar de um amigo meu, sabe? Aquelas friezas que dá, coisa e tal. – Martin mostrava que aquele assunto era indiferente para ele, mas Annie estava horrorizada com aquilo, não por ele ser gay, mas por ela ter aquelas friezas por Jordan. Não tocou mais no assunto, para Martin não perceber a sua preocupação, e ficaram em silêncio, cada um com seus pensamentos.

Não vou continuar nesse pra não ficar muito comprido. Kisses.

28 novembro 2010

Um outro nós. 3º capítulo.

Annie acordara e logo foi arrumar-se, quando desce toma seu café preto e sai às pressas, pois estava atrasada, passa na casa de Martin e sua mãe que atende.
- Ele não vai poder ir hoje. – Estava com olheiras, mostrando não ter dormido aquela noite.
- O que houve?
- Passou mal a noite inteira, deve ser algo que ele comeu, está sem condições para aula hoje, a tarde se quiser passar aqui. – Com seu rosto demonstrando cansaço, tentou um sorriso.
- Sim, hoje venho ver ele, agora vou que estou atrasada, mande melhoras. – Falou Annie se virando.
Passando o portão da escola, viu as três pessoas que conversara no dia anterior, Brenna estava com fones no ouvido enquanto Larry e Jordan riam e conversavam. Annie passa com pressa para eles não a notarem, entra na escola e senta-se num banco ali próximo em que havia alguns colegas de classe para socializar-se, o que fazia com facilidade. Bate o sinal e logo vai para a sala, senta-se na terceira carteira da parede, onde sempre senta, ficando um lugar vago atrás de si, que era de Martin. Era aula de filosofia, na qual não precisava muito de esforço por ser uma matéria fácil, seu professor já estava fechando a porta quando chega alguém com pressa e com um ar zombeteiro, era Jordan.
- Bá professor, me mandaram pra essa sala. – Fazendo a sala toda rir, Jordan continuava com aquele ar zombeteiro, seu professor a olha com um desapontamento.
- Sente-se logo Jordan, e trate de não dar um “ai” na minha aula. – Sem demonstrar estar contente com ela em sua aula. Jordan olha para a sala, procurando um lugar para sentar, começou a andar, e parou quando pôs os olhos em Annie, que sentiu um frio no corpo inteiro quando Jordan andou em sua direção e sentou-se no lugar de Martin.
- Mas que sorte a minha. – Falou Jordan com um sorriso de canto. – Como vai Annie?
- Vou muito bem, obrigada. – Annie não queria dar continuação à conversa, Jordan lhe fazia ter sensações estranhas, e ter pensamentos estranhos.
- E Martin? Ele não é dessa sala? – Jordan insistia.
- Sim, você está no lugar dele. Ele não pôde vir hoje. – Falou num tom ríspido, se arrependendo logo em seguida.
- Ah sim. – Jordan sentiu a indireta quase direta, deu um empurrão na sua mesa fazendo um barulho alto na sala, e batendo na cadeira de Annie, se levanta como se nada fosse nada, e senta-se no outro lado da sala, e coloca os fones, a sala inteira para de fazer o que estavam fazendo, e observam a cena, quando Jordan se senta, todos olham para Annie, confusos.
Sem mais conversas em sala, chega o intervalo, Annie sai da sala, e senta um pouco mais afastada, queria se desligar do mundo por um instante com suas músicas e fones. Sente um calor de algum corpo ao seu lado, quando olha, era Brenna.
- Jordan ficou um pouco chateada com você. – Diz Brenna ao ver que Annie percebera sua presença. Mostrava desinteresse na conversa.
- Não foi minha intenção, Brenna, mesmo, se você puder pedir desculpas a ela por mim...
- Pedirei. – Brenna lança um olhar forte para Annie, e logo torna a olhar para frente.
- Obrigada. – Annie quase sussurra pela falta de força para pensar e falar.
- Pelo visto ela gosta de você, e Larry quer saber por que Martin não veio.
- Você é quem manda recados deles? – Annie fala um tanto ríspida, sem perceber.
- Acho que sim. – Brenna a olha, e solta um riso. – Pelo visto você fala as coisas sem perceber no tom que usa, não é mesmo?
- É, estou tentando melhorar nisso. – Solta um riso também, logo viu Jordan e Larry se aproximando, sentam-se ao lado de Brenna, e ficam em silêncio.
- Ela lhe pediu desculpas Jordan, falou sem perceber no tom dela, e Larry, quando perguntei de Martin, ela me perguntou se eu sou a quem manda recadinhos de vocês. – Brenna continua rindo e sai, sabendo que deixou Annie constrangida e com uma encrenca nas mãos, Jordan e Larry olham para Brenna se afastando, sem entender o que ela quis dizer, e logo olham para Annie, que estava querendo se esconder em qualquer lugar mais próximo.
- Desculpe, eu não quis dizer isso. – Tentara se desculpar.
- Já consegui ela me pedir desculpas duas vezes para mim hoje, o que acha? – Fala Jordan rindo para Larry que também ri.
- O que aconteceu com Martin? – Larry se mostrara preocupado.
- Parece que ficou doente, mas não sei o que houve, vou ver ele hoje à tarde. – Responde com ar de preocupação, Larry concorda com a cabeça, e logo se afasta, deixando Jordan com ela. Ficaram em silêncio durante alguns minutos.
- Ainda é cedo para dizer se está gostando daqui? – Pergunta Jordan olhando para frente, com um sorriso de canto.
- Sim, ainda é cedo. – Falou Annie cuidando de seu tom, Jordan olha para as horas, faltava pouco para acabar o intervalo, olha fixamente para Annie.
- Vou fazer você gostar. – Sem sorriso nos lábios, o que fizera Annie sentir arrepios no corpo inteiro, logo Jordan se levanta e se junta à Brenna e Larry, que logo começam a rir com Jordan, Annie se levanta com pressa e se senta em sua sala, e fica de cabeça baixa, tentando entender tudo aquilo, o porquê dos arrepios no corpo, o sinal bate, e todos entram na sala, Jordan, como de mania, entra atrasada, antes de sentar, solta um olhar para a Annie, que ficou constrangida ao ver que Jordan percebeu que estava a olhando, e solta aquele famoso riso no canto dos lábios. Annie não conseguira pensar em mais nada durante a aula, além das palavras de Jordan.
No final da aula, Annie se atrasara propositalmente para sair da sala, para não topar com Jordan na saída, tentativa falha, ela a esperava logo na porta. Annie tentara passar sem a olhar.
- Pelas três horas a gente vai estar na praça, passe na casa de Martin e vá para lá, leve Martin se ele estiver melhor. – Jordan estava sem aquele sorriso nos lábios, terminou o convite e não esperou Annie responder, se afastara, e se juntou à Brenna e Larry. Annie sentira aquele gelo no corpo e se apressou para chegar em casa.

26 novembro 2010

Um outro nós. 2º capítulo.

Ao chegar da escola, Annie viu a imagem de seu pai sentado à mesa com muitos papéis sobre a mesma, estudando-os, ele levantou o olhar ao ver que ela entrara.
- Como foi seu primeiro dia? - Deixando mostrar-se empolgado.
- Legal, conheci o vizinho, ele é da minha sala. - Mostrando isso tudo ser indiferente pra ela, e andando devagar em direção à escada. Seu pai já estava estudando os papéis novamente. Então subiu a escada rapidamente, e foi logo tomar um banho, marcara com Martin para sair, e conhecer o centro, que nem mesmo ele havia ido ainda, mas sabia o caminho.
Quando soara a campainha, Annie estava em frente ao espelho, ajeitando sua maquilagem, mesmo não sentindo necessidade disso, mas sempre passara para não parecer a diferente das amigas. Desceu às pressas, estava ansiosa para conhecer a sua nova cidade. Quando chegou à sala de estar, viu Martin, sentado no sofá, e seus pais conversando com ele, sentiu seu rosto corar, e uma raiva crescente dentro de si.
- Mãe, Pai, eu e o Martin vamos ao centro, nós vamos namorar. - Seus pais olharam-na horrorizados, inclusive Martin, que soltou um gemido de susto. - Ué, não era isso que vocês estavam esperando fazendo uma entrevista com o garoto? - Olhou para Martin que estava sem jeito. - Vamos Martin, quero ver se há algo de interessante nessa cidade. - Foi abrindo a porta, viu que na rua já estava escuro, e voltou o olhar para dentro. Martin se levantou, se despediu dos Collen com pressa, e saiu sem jeito.
- O que é que foi aquilo lá dentro? - Perguntou ele embaraçado.
- É que poucos rapazes foram à minha casa, assim... Só um garoto, na verdade.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, pelo motivo de estarem constrangidos pelo acontecido na casa de Annie, mas ela deu um jeito de logo quebrar o silêncio.
- Por que nunca foi ao centro?
- Só passei de carro com minha mãe, para comprar alguns objetos para a casa. E sozinho que não iria, não tive a oportunidade para me socializar com ninguém. - E soltara um riso simpático para Annie.
- Sente saudade de sua cidade?
- Sim, muita, as pessoas que eu conhecia lá eram adoráveis. E você?
- É, sinto sim, principalmente de minhas amigas, mesmo a gente prometendo manter contato, vai ter uma hora que isso passa, e vamos nos afastar mais do que já estamos. - Martin percebeu que Annie ficara triste.
- Isso é uma verdade, quando se está distante, o contato nunca é o mesmo, mas quando a amizade é verdadeira, pode ficar tempos sem contato, mas quando se encontram não falta assunto. - Annie ficou impressionada com as palavras do rapaz, e o observou, ele estava olhando-a, com um sorriso nos lábios.
- Isso é uma verdade. - Olhou para frente pensando nas palavras ditas por Martin.
- Aquela é a praça do centro, vamos até lá? - Annie olhou, uma praça com bancos e árvores, e muitas luzes, ficou maravilhada pela imagem que fazia.
- Sim, com certeza!
Chegaram e deram um passeio na praça, e sentaram em um banco mais para o meio, não perceberam que perto havia um grupo de três jovens que os observavam. Até que Annie pôde ouvir um comentário. - Aquela é a gata nova, da 2003? - Então olhou para o lado, e viu os três olhando-a, duas garotas e um garoto.
- Oi garota nova, meu nome é Jordan! - Falou a garota balançando sua mão, tinha cabelo preto e curto, olhos pretos, e uma boca carnuda, a outra garota que estava do lado, olhou a situação e soltou um "Não acredito Jordan" dando um cutucão na amiga, Annie retribuiu o comprimento.
- Pode me chamar de Annie. - Martin olhou para ver quem era, e logo viu o rapaz o observando, o rapaz percebeu e logo comentou algo com a outra menina que estava do seu lado, que logo o observara também.
- Se mudou para cá? - Jordan continuava a falar com Annie, Martin já estava se sentindo perturbado com os olhares do outro rapaz.
- Sim faz uma semana. - Annie não se sentia confortável com a menina que estava do lado de Annie, que nem a olhava direito, tinha cabelos médios ruivos que estavam presos, um olho castanho, que combinava com a cor do cabelo, e uma boca bem definida. - Está gostando daqui? - Jordan falava com ar zombeteiro.
- Não tive tempo para decidir isso ainda. - Nesse momento Martin deu-lhe um cutucão, e deu um sinal para irem embora. - Estamos indo. - E despediu-se abandando sua mão.
- Espera! - Jordan pediu rápido, fazendo com que Annie e Martin se virassem. - Desculpe ser mal educada, esta é Brenna e este é Larry! - Brenna fez um comprimento com as mãos, sem mostrar interesse, Larry se empolgou no sorriso. - Nós estudamos na mesma escola que vocês, nos vemos amanhã! - O sorriso e o jeito de Jordan perturbavam Annie, ela era tão diferente, mas não sabia dizer em que.
- A propósito, este é Martin. - Esperou Martin cumprimentar, Martin sentia-se um pouco sem jeito com os olhares de Larry, e os cumprimentou com pressa, e olhou para Annie quase suplicando para irem. - Agora estamos indo. - Soltou um sorriso gentil, e se virara com Martin.
- Tem algo neles que me perturba, aquele rapaz ficava me olhando de um jeito estranho. - Falou Martin após se afastarem dos três.
- Eu vi o jeito que ele te olhava Martin, e vi também o jeito que Jordan me olhava, isso me deixou um pouco sem jeito. - Annie não parava de pensar o que tinha errado com Brenna, deu uma olhada para trás, e lá estavam eles, Larry e Jordan rindo, e Brenna séria, Annie percebeu que Brenna estava a olhando, e sentiu seu corpo ficar gelado e logo se virou para frente novamente. Seguiram até em casa sem nem tocar mais no assunto.

25 novembro 2010

Um outro nós. 1º capítulo.


Se arrumando para a sua nova escola, Annie Collen só pensava em como seria seu primeiro dia, havia se mudado fazia uma semana, não tinha se adaptado ao seu novo habitat ainda, seu quarto ainda tinha caixas com seus pertences, quando seu pai falou que ia montar um negócio próprio ficou empolgada, mas desanimara sabendo que era em outra cidade, e que haviam de se mudar, não queria deixar suas amigas para trás, prometeu manter contato, e assim o fazia, todo dia ia a uma lan house ali próxima mandar e-mails, e ler os e-mails por elas mandados. Quando Annie desceu, pôde ver seus pais sentados à mesa conversando e rindo, estavam felizes, pois iriam ter uma vida financeiramente melhor e estável, finalmente, ao ver sua filha chegando, Marie apontou o lanche:
- Ai está filha, tome seu café, preparei seu lanche para a escola. - Sua mãe não parava de sorrir, mas para Annie, isso não mudava nada, queria sua antiga casa, e suas amigas de volta. Dispensou o café, pegou seu lanche, e foi saindo, quando estava saindo de sua propriedade, olhou para a casa do vizinho, e viu um garoto que aparentava ter sua idade trancando a porta para sair, e estava com um uniforme igual ao seu, ficou o observando, era magro e não tão alto, tinha cabelos pretos, e lisos, percebeu que ele só mexia seu cabelo antes de sair, não o penteava, o que deixava o cabelo de uma forma atraente, tinha pele clara, suas bochechas eram rosadas e seus olhos eram pretos.
- Está indo para a escola San Martin High? - Só assim para Annie acordar e ver que ele percebeu que ela o observava.
- Si-sim... é. - Falou um pouco sem jeito. O rapaz soltou um riso de Annie.
- Estudo lá também, você é nova aqui né?
- É, me mudei faz uma semana, posso te acompanhar? Não sei direito o caminho, assim não preciso pegar táxi.
- Claro, seria uma honra. - Falou ele saindo pelo portãozinho do seu quintal. Annie se apressou para alcançá-lo.
- Você estuda lá desde criança?
- Não, sou novo aqui também, faz um mês que estou morando aqui, esse é meu primeiro dia nessa escola também, parece que estamos juntos nessa. - Falou soltando um olhar simpático para Annie. - Qual seu nome mesmo?
- É Annie, Annie Collen, e o seu?
- Martin Fraser.
Depois de conversarem sobre vários assuntos, e perceberem que tem muitas coisas em comum, Martin pôde ver a escola. - Em qual ano você está?
- Estou no segundo ano. - Falou observando a escola, e as outras meninas entrando, na forma como se vestiam.
- Eu também, espero que seja na mesma sala, assim terei alguém para conversar, não me simpatizei com ninguém daqui, ainda.
Chegaram a recepção para saber suas devidas salas, não era a mesma, faltava 15 minutos para a entrada, e ficaram num banco conversando, Annie era mesmo uma menina de se chamar a atenção, tinha cabelo castanho claro, e olhos verdes, não muito alta, e pele clara, os meninos que passavam a observavam, alguns até soltavam aquelas frases do tipo "Quem é essa belezura?", não se sentia confortável com isso, ficava observando como eram os outros dali, Martin conversava com ela, mas ela respondia sem atenção, Annie achou Martin um rapaz muito simpático, diferente de muitos que ela já conhecera, ele não demonstrava segundas intenções, e nem sequer a tratava mal. Combinaram de logo no recreio se encontrarem para falar sobre as salas, e falar com alguém para que ficassem na mesma, e assim o fizeram, estavam na mesma sala.

18 novembro 2010

Um alguém sempre aparece. Final

Ao olhar Peter diante da sua frente, ela sentiu a lágrima escorrendo na sua bochecha, e logo a enxugou, Peter viu que ela estava chorando, e fez cara de confuso, mas ainda zombeteiro, Lana sentiu a ira invadindo seu corpo, e deu um tapa em Peter, e ele soltou um riso, o que irritava mais Lana.

- O que você quer? Perguntou Lana se segurando para não dar outro tapa nele.

- Imaginei que você iria à biblioteca, então resolvi te esperar ali na frente, fiquei a tarde toda te esperando, já estava desistindo.

- Não respondeu a minha pergunta. - Disse Lana dando de ombros. Peter ficou surpreso.

- Eu não sei o que quero, eu só achei que deveria fazer isso, mas eu não sei.

Lana soltou um riso irônico. Cruza os braços e olha sério para Peter.

- Então você vem à porta da biblioteca, fica a tarde toda me esperando, e quando me vê, faz questão de me assustar, e diz que não sabe o que quer. Muito bom Peter, decidido em tanto.

- Lana, me escuta, eu não sei por que, eu não tenho mais vontade de fazer nada, desde aquele dia do bar, em que a gente ficou trocando olhares, não tenho vontade de fazer nada, se não com você, me entende? Isso nunca aconteceu comigo, eu estou assustado.

Peter quase suplicava, e Lana pôde ver os olhos dele lacrimejando, e não soube o que responder, não sabia se aquilo passava por uma brincadeira, ou se era real.

- Por que eu?

- Sua simplicidade, você não é igual, você é você, é inteligente, sabe o que quer. Lana fica comigo? Eu quero você.

Lana ficou perplexa, ficava o olhando assustada, viu as lágrimas daquele homem, com quem tanto as mulheres, inclusive ela, querem estar junto, caindo por ela, não tinha resposta, isso estava claro, ela queria Peter também, pôs-se a enxugar as lágrimas daquele homem, e soltou um riso de emoção, o beijou,

- Lana... Mas Lana o calou colocando o dedo indicador sobre sua boca, e o beijou de novo.

17 novembro 2010

Um alguém sempre aparece. 6ª Parte

Eram 11 horas da manhã, e Lana estava em sua casa, não parava de pensar nas palavras de sua amiga Elisabeth na mensagem que deixara para Peter, estava se agoniando, sentia que tinha de fazer algo, mas não conseguia sair do seu sofá, estava se sentindo usada por Peter, tinha certeza que foi só mais uma, liga a TV a sua frente, tentando distrair-se, mas nada tirava de seus pensamentos aquela manhã, fez seu próprio almoço, preparou seu prato, sentou-se à mesa, e ficou distante, sem nem tocar na comida, após alguns minutos, deu duas garfadas, levantou-se para pegar o refrigerante, pensou que sua vida retornaria para aquela rotina de sempre, então, mais tarde iria à biblioteca, ver os últimos lançamentos, provavelmente haveria muitos, depois de tanto tempo.

Ao terminar o almoço, foi logo se arrumar, colocando a primeira roupa que via uma blusa cinza, calça escura e justa, e um tênis já gasto, sai às ruas, andando com passos lentos, com a imagem de Peter em sua cabeça, estava irritada consigo mesma por isso, parou na próxima lanchonete para comprar uma coca cola, a lanchonete continha uma sacada de madeira, onde havia mesas também, e na sacada observou um homem, estava com a cabeça baixa segurada pela mão direita, e com a esquerda um cigarro aceso, deu pra perceber que não fazia barba à dias, e suas roupas eram amarrotadas, pensou em como um mendigo podia entrar em uma lanchonete na cidade grande, andou com passos mais ligeiros até o caixa, para o mendigo não a perceber, havia três pessoas a sua frente, mas o atendimento era rápido, quando pegou sua coca, ao se virar, lá estava o mendigo, a observando com o olhar incrédulo.

Logo reconheceu aqueles olhos, era Peter, lançou um olhar furioso para Peter, pegou um canudo, e saiu às pressas, Peter ficara lá, imóvel, dali foi direto ao parque, sentou-se ao banco em frente ao lago, pegou qualquer livro e começou a ler, era a terceira vez que lia aquele livro, mas queria distrair-se, tirar aquele rosto dos pensamentos por um momento ao menos. Já era escuro quando terminou o livro, Lana ficou alguns minutos observando o lago. No escuro aquele parque era muito mais lindo, com as luzes da cidade refletindo na água, olhou em volta, havia somente casais, se sentiu solitária, e foi logo se retirando, tinha que ir a biblioteca, não sabia dos lançamentos ainda.

Estava chegando a biblioteca, olhou para a rua, havia um grupo de homens na outra esquina, percebia que estavam embriagados, sentiu um calafrio de medo, e do outro lado da esquina, um homem de sobretudo preto encostado na parede, lendo jornal, estranhou aquela atitude, mas entrou na biblioteca, foi logo para a estante de lançamentos, pegou três livros, e foi ao caixa, observou o dinheiro que havia na sua carteira, e percebeu que não sobraria para o táxi, teria que ir a pé. Saiu com pressa da biblioteca, sem nem olhar muito para os lados, ao pisar fora da biblioteca, sentiu um calafrio invadindo seu corpo inteiro, e andou ligeiramente sobre a calçada, atravessando a rua, e percebeu que o homem de sobretudo não estava mais lá, os homens embriagados pararam de conversar ao olharem para Lana, mas quando olharam para outro lugar por trás dela, continuaram conversando normalmente, apressara os passos, não conseguia pensar em mais nada além de chegar em casa, e comer alguma coisa, estava tão distraída, que nem percebeu pelas luzes do poste, que havia mais que a sua sombra andando, havia alguém atrás dela, olhou fixamente para frente, pensando em várias opções de quem fosse, e deu uma espiada pelo canto do olho, e viu o sobretudo preto, era o homem que estava lendo o jornal, apressou mais os passos, olhou para todos os lados, não havia ninguém, foi quando ela sentiu alguém segurar-lhe o braço, ficou imóvel no mesmo instante, e com falta de ar, mas não se virou, o homem do sobretudo preto continuava segurar ela, então ela se vira devagar e de olhos fechados, quando os abre, vê a imagem do homem, com barba feita, e olhar zombeteiro, lábios contraídos, segurando riso, era Peter.

Seguidores