17 novembro 2010

Um alguém sempre aparece. 6ª Parte

Eram 11 horas da manhã, e Lana estava em sua casa, não parava de pensar nas palavras de sua amiga Elisabeth na mensagem que deixara para Peter, estava se agoniando, sentia que tinha de fazer algo, mas não conseguia sair do seu sofá, estava se sentindo usada por Peter, tinha certeza que foi só mais uma, liga a TV a sua frente, tentando distrair-se, mas nada tirava de seus pensamentos aquela manhã, fez seu próprio almoço, preparou seu prato, sentou-se à mesa, e ficou distante, sem nem tocar na comida, após alguns minutos, deu duas garfadas, levantou-se para pegar o refrigerante, pensou que sua vida retornaria para aquela rotina de sempre, então, mais tarde iria à biblioteca, ver os últimos lançamentos, provavelmente haveria muitos, depois de tanto tempo.

Ao terminar o almoço, foi logo se arrumar, colocando a primeira roupa que via uma blusa cinza, calça escura e justa, e um tênis já gasto, sai às ruas, andando com passos lentos, com a imagem de Peter em sua cabeça, estava irritada consigo mesma por isso, parou na próxima lanchonete para comprar uma coca cola, a lanchonete continha uma sacada de madeira, onde havia mesas também, e na sacada observou um homem, estava com a cabeça baixa segurada pela mão direita, e com a esquerda um cigarro aceso, deu pra perceber que não fazia barba à dias, e suas roupas eram amarrotadas, pensou em como um mendigo podia entrar em uma lanchonete na cidade grande, andou com passos mais ligeiros até o caixa, para o mendigo não a perceber, havia três pessoas a sua frente, mas o atendimento era rápido, quando pegou sua coca, ao se virar, lá estava o mendigo, a observando com o olhar incrédulo.

Logo reconheceu aqueles olhos, era Peter, lançou um olhar furioso para Peter, pegou um canudo, e saiu às pressas, Peter ficara lá, imóvel, dali foi direto ao parque, sentou-se ao banco em frente ao lago, pegou qualquer livro e começou a ler, era a terceira vez que lia aquele livro, mas queria distrair-se, tirar aquele rosto dos pensamentos por um momento ao menos. Já era escuro quando terminou o livro, Lana ficou alguns minutos observando o lago. No escuro aquele parque era muito mais lindo, com as luzes da cidade refletindo na água, olhou em volta, havia somente casais, se sentiu solitária, e foi logo se retirando, tinha que ir a biblioteca, não sabia dos lançamentos ainda.

Estava chegando a biblioteca, olhou para a rua, havia um grupo de homens na outra esquina, percebia que estavam embriagados, sentiu um calafrio de medo, e do outro lado da esquina, um homem de sobretudo preto encostado na parede, lendo jornal, estranhou aquela atitude, mas entrou na biblioteca, foi logo para a estante de lançamentos, pegou três livros, e foi ao caixa, observou o dinheiro que havia na sua carteira, e percebeu que não sobraria para o táxi, teria que ir a pé. Saiu com pressa da biblioteca, sem nem olhar muito para os lados, ao pisar fora da biblioteca, sentiu um calafrio invadindo seu corpo inteiro, e andou ligeiramente sobre a calçada, atravessando a rua, e percebeu que o homem de sobretudo não estava mais lá, os homens embriagados pararam de conversar ao olharem para Lana, mas quando olharam para outro lugar por trás dela, continuaram conversando normalmente, apressara os passos, não conseguia pensar em mais nada além de chegar em casa, e comer alguma coisa, estava tão distraída, que nem percebeu pelas luzes do poste, que havia mais que a sua sombra andando, havia alguém atrás dela, olhou fixamente para frente, pensando em várias opções de quem fosse, e deu uma espiada pelo canto do olho, e viu o sobretudo preto, era o homem que estava lendo o jornal, apressou mais os passos, olhou para todos os lados, não havia ninguém, foi quando ela sentiu alguém segurar-lhe o braço, ficou imóvel no mesmo instante, e com falta de ar, mas não se virou, o homem do sobretudo preto continuava segurar ela, então ela se vira devagar e de olhos fechados, quando os abre, vê a imagem do homem, com barba feita, e olhar zombeteiro, lábios contraídos, segurando riso, era Peter.

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