04 dezembro 2010

Um outro nós. 9º Capítulo

- Vá para casa Annie. – Não queria que sua amiga mais próxima o visse com mais raiva do que já estava, Annie já estava assustada de mais com ele daquele jeito, e a tendência era só piorar. Esperou com que Annie começasse a andar, e então olhou para Carl com raiva, tirou suas chaves do bolso, e Carl soltara um sorriso no canto da boca, o que deixara Martin mais irritado ainda, se pôs a andar para a porta, e ficou furioso ao ver que a chave não encaixava, deu uns passos para trás, até que pudesse ver seu pai, Carl estava zombeteiro, o que alimentava mais a raiva de Martin.
- Trocou de fechadura pai? – Pergunta irônico, sabia que uma porta não estragaria o seu prazer de socar aquele velho. Carl soltara um riso irônico.
- Essa casa é minha. – Martin sentiu sua raiva crescendo dentro de si.
- Sua? – Ficou espantado com a colocação do pai, não via a hora de estar cara a cara com ele, contraiu os lábios, e olhou para a porta, não estava mais sendo movido por si, estava sendo movido pela raiva que seu pai alimentara durante anos. Estava à frente da porta, e deu dois chutes, até ela bater contra a parede, jogou sua mochila no canto, e não se importou em fechar a porta, até por que quebrara a madeira ao arrombá-la. Escutou seu pai descendo as escadas, e o esperou com as mãos no bolso, se segurando para não quebrar alguma coisa, queria guardar todo aquele sentimento para seu pai. Carl surgiu ali na sala, com ódio nos olhos.
- O que é que você quer? – Carl já estava gritando, e Martin retornara com grito também.
- Eu quero que você vá embora dessa casa, a qual minha mãe suou para comprá-la. – Martin gritava enquanto seus pés o moviam para mais perto de Carl. Quando próximos, Carl lhe dera um soco, Martin recebeu-o, sem sentir dor, apenas mais ódio, olhou para seu pai, e pôs a mão no nariz, onde recebera o soco, e viu nos dedos o sangue, não ficou assustado, isso apenas alimentava todo seu ódio, tudo o que seu pai fizera durante anos para ele e para sua mãe, apenas ia lhe alimentando o ódio. Martin pareceu calmo para Carl, mas não estava, com um movimento brusco, Martin chuta seu pai, que cai nas escadas, Martin o pega pela gola da camisa, o levanta, e o prensa na parede, Martin não sabia dessa sua força para levantar um gordo do chão, mas sabia que não era nada sua, era apenas da raiva, estava sendo movido por ela. Em centímetros do rosto de Carl, Martin pôde sentir a respiração dele.
- Olhe para mim pai, estou parecendo um viadinho agora? Mulherzinha vai ser você, por apanhar de um viadinho. – Martin não parecia mostrar nenhum esforço para falar, o que espantou Carl, pois não estava encostando seus pés no chão, era Martin que o segurava contra a parede. E com muita agilidade, Martin o joga no meio da sala, Carl se pôs a segurar-se pelos cotovelos, e pôde ver toda a ira nos olhos de Martin.
- Filho... – Tentara falar alguma coisa, mas Martin não o deixa.
- Filho? Não foi você que disse que não me considerava como filho por eu ser boiola? – Martin gritava com seu pai, se aproximou dele com pressa e lhe deu um chute na barriga, seu pai se encolheu com dor, o sangue do seu nariz pingava ao chão. – Você se arrepende, pai? – Martin pronunciava a palavra “pai” mais alto que o resto da fala.
- Sim... – Carl sussurrava, Martin viu as lágrimas daquele velho nojento escorrendo até pingar ao chão, mas não sentia dó, continuava gritando.
- Eu não escutei!
- Eu me arrependo, me perdoe. – Carl suplicava à Martin.
- A vontade que eu tenho, é de matar você, sabe por quê? Por que durante anos, eu abaixei a cabeça pra você. – Martin falava com sarcasmo, e começou a andar com calma em volta de seu pai, que estava no chão, todo encolhido, com olhos fechados, e as lágrimas escorrendo. – Tudo o que você fez pra mim, eu fui engolindo, e engolindo, e engolindo. – Martin fizera uma pausa, e olhara com raiva para seu pai, se abaixa e chega perto dos ouvidos dele, para ter certeza que ele iria escutar. – Sabe o que estou fazendo agora? – Martin falou baixinho aos ouvidos do pai, com muito sarcasmo. Carl o olhou, com medo, esperando a resposta. – Estou vomitando em você! – Martin gritara alto ao ouvido de seu pai. Carl nada falava, apenas ouvia com medo. Martin se pôs a andar com calma novamente. – Por sorte não me tornei um monstro igual a você, por sorte não, graças a minha mãe, que é a única pessoa que eu amo, por que de você. – Martin fez uma cara de nojo. – Tenho pena, só pena, acho que minha mãe não merece mais isso, você tem tornado essa casa num pesadelo. – Martin para de andar, e o olha com raiva. Sobe as escadas com pressa, e vai ao quarto que dali em diante seria da sua mãe, apenas, da sua mãe, abre o guarda roupas, e tira todas as roupas que pertencia ao seu pai, pega uma bolsa de viagem qualquer, e as joga de qualquer jeito, desce as escadas com pressa, seu pai estava sentado ao chão, com os olhos fechados, o sangue lhe escorria até pingar, Carl o olha com medo, olha a bolsa na mão dele. Martin larga a bolsa, e vai com raiva em direção a Carl, o pega pela gola da camisa, e o empurra na calçada, no lado de fora da casa, volta e pega a bolsa, e anda em direção de seu pai, que estava no chão assustado, se abaixa e fala. – Sou um viadinho, adoro filmes de drama, e vou fazer uma coisa que sempre sonhei em fazer por causa desses filmes. – Martin pega a bolsa, abre, e joga todas as roupas sobre Carl, e depois joga a bolsa com toda a força nele, e fala forte. – Só uma correção, não sou viadinho, sou homossexual, e gosto de filmes de terror, e com muita violência, não de dramas. – Martin soltara um riso irônico. – Saia deste quintal, e se eu lhe ver novamente por aqui, chamarei a polícia. – Martin entra na casa com passos fortes, pega sua mochila, e sobe as escadas. Carl olhara seu filho incrédulo, olhou as roupas e as juntou para colocar na bolsa, se levantou limpando o nariz que sangrava, quando olhou para a rua, estava cheio de gente o observando, estavam ali o tempo todo.
- O que é que vocês estão olhando? – Carl gritara com raiva. As pessoas começaram a se mexer com murmúrios, mas pararam quando escutaram Martin na janela.
- Podem olhar a vontade, um pai machista e homofóbico apanhando de seu filho homossexual, é realmente de se parar para olhar. – Martin soltara um riso sarcástico, e esperou seu pai sair, resmungando. Voltou para seu quarto, respirou fundo, não acreditou no que acabara de fazer, e foi logo ligar para sua mãe.

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